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-⌂ Albergue Sépia ⌂-
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A inexistência de Heitor Costa em poemas.

Estantes Repletas de Vento

Os ruídos não mentem:
Algo está acontecendo!
O rugido alto e quente,
pela brisa, derretendo.

Caíram do precipício,
elefantes esquecidos;
Vertendo novo vício:
Queimar todos os livros.

Os elefantes olharam ao céu.
Logo, perceberam que caía algo
(E olhe qu’eles nem eram pinel).
Travaram ali, de olhos fechados.

Caía algo doce em sincronia!
Esticaram fora suas línguas;
(Em suas bocas logo surgiria).
Mais um instante e chegaria:
Voilà, era vomitada alegria!

Que gosto fantástico, trombetearam!
Porém, ao abrirem seus velhos olhos,
mortos estavam.

Rugindo, sem ler livros,
estavam deprimidos
os bichos!
Em uma espiral de vícios,
haviam, quase todos, caído!

Não sabiam mais o que era aquilo,
que, mirando o chão batido,
em uma velocidade alta, ia caindo!

Metaforicamente, logo no início,
isto fora anunciado,
pois, os pobres coitados,
não sabiam sobre ciclos finitos.

Após a queda, em pano, derretendo,
viram-se extintos, estes estrupícios!
Não é todo dia que avião, correndo,
cai, mirando os elefantes, de bico.

Se alguém lhes ensinasse a ler,
nada disso teria acontecido,
pois, ao ver o avião morrer,
logo logo, teriam corrido.

E lá se foram os elefantes,
bípedes; abobalhados;
Pela brisa, derretendo.