=====================
-⌂ Albergue Sépia ⌂-
=====================
A inexistência de Heitor Costa em poemas.

Interesse Midiático Sem Reclamações

Tantas iterações
Roubando tempo.
Ínfimas negações;
Ruiu o bom senso.

 

Centenas de milhares
Com um só pensamento:
Quase.

 

Entregue aos mares,
Do próximo momento.
(Quase.)

 

Talvez seja entrave,
Ou acaso do vento.
Olha, passou.

 

Passou, finalmente.
Deu tão errado
Que floresceu
Num estopim.
Ajeitou seu ser,
Quedando ao fim.

 

Quando, pelo próximo enfim,
Algum seja-lá-o-que
Jogou-a ao início,

 

Que instanciou-se
E estagnou,
Sem resquícios.

 

Seja lá o que aconteceu,
A negação tornou-se um vão
Onde só vai quem se perdeu,
E, por fim, ascende à aceitação.

 

Reverteram a fórmula de dar errado:
O que a fez questionar todos os lados;
Tornando-a imune a aneurismas
Que fossem ali encontrados,
Em sua pequena autoestima.

 

O corpo imóvel mexeu um pouco.
Entre meias, sapatos e cabeça,
Perdeu-se no êxtase solto
De quem encontrou a última peça.
(D’um quebra-cabeça morto)

 

A peça que quebraria a iteração;
Barraria toda e qualquer negação;
Transformaria a si mesma em aceitação;

 

Aceitaria a si e a tudo.
Tudo como é.
Tudo como será.
Aceitando o que é,
Num sopro do que virá.

 

Quando finou-se o tempo,
Esbranquiçou, sem pestanejar.
Seu ponteiro expirou,
Sem mais iterar.
A cama finalmente aconchegou,
O melhor que viria a sobrar.

 

Sem deixar oco,
Foi-se, feliz,
Em direção a algum lugar.
Sem qualquer esforço,
A xícara de algum infeliz
Esta história irá lhe contar;
Diria, deslumbrada:
“O quão fácil é negar
O inevitável, que está a
[esperar…”