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-⌂ Albergue Sépia ⌂-
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A inexistência de Heitor Costa em poemas.

Le paradis pour les uns

Luzes de natal
em pleno 5 de maio.
Outro carnaval,
no mesmo estado.

O ano nem mudou
e nem precisa mudar.
Quantos dias livres
podemos ocupar?

Onde fica o curral
em que ocorre o
[ensaio?
Outro animal
fora sequestrado!

Levaram-lhe tudo,
até o bom senso.
Na realidade,
só levaram isso.
Deixaram-no mudo;
Deixaram-no tenso.
Na realidade…
Deixa disso!

“É carnaval na cidade,
então vamos farrear!”

“Outra independência?
Claro! Até clarear!”

“Comprei uma novidade
para lhe presentear…”

Alguém observou;
“Não precisa observar.
Sem provas críveis,
não vamos nos
[preocupar.”

Melhor anotar:
Logo, outro feriado
irão inventar.
Sinta-se desculpado
pois não precisa
[trabalhar.

Ninguém irá lhe culpar.
Muito menos desculpar.
O dia é todo nosso.
(Esconda-se, ócio!)

Irei é festejar:
Pois em dias normais
não se pode faltar!

Uma normalidade
a se questionar.
O blá da desigualdade
novamente a se mostrar.
Blá pois é informalidade
(Que só cegos irão notar).
Sem pessimismo na cidade;
Vamos comemorar!