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-⌂ Albergue Sépia ⌂-
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A inexistência de Heitor Costa em poemas.

Prelúdio para Acontecimentos Futuros

Pombos-Cegos

Ensolarou toda a rua
desfilando em salto.
Expressão quase nua
analisando-o do alto.

 

Em redor de prédios
caindo como pipa.
Voa, pombo cego,
até sair de vista.

 

Entrega à passagem
seu melhor tempo.
Assinala sua sorte
em pena suja de
[vento.

 

Possuía compromissos,
para todos os momentos.
Pouco importou-se com isso,
causando detrimentos.

 

Queria vê-lo voltar,
“De onde nunca deveria ter saído”,
ao píncaro do ar,
seu velho castelo envelhecido.

 

Pombo Cego, porém,
não conseguiu ver
muito menos ser visto.
Ele queria ir além.
Acabou por perecer,
culpando o rei, liso.

 

O castelo, no topo do ar,
abrigava o rei, rindo.
O pombo, cansado de voar,
foi caindo, caindo.