Simplício e o Rascunho de Nuvem
Quase passou batido o fato
de que havia recém chovido.
Então assinou o cisco,
sentado no sono da praça,
sem saber do sentido.
Batia no passo do celular
e, num cesto de riscos,
ressonando, sem sentido,
estava o desatino, a cantar.
“Onde irei eu assinar
para, logo, tamanha loucura
[cessar,
o dia, terminar,
e o céu, quebrar?”
Logo, pus-me a pensar:
Algo assim não quebra
sem deixar qualquer indício!
Apenas escorrega,
novamente ao início.
Instantes após,
enquanto olhava o relógio,
[atroz,
veio-me uma boa nova:
Quebrou, quebrou!
O que faremos com isso?
A cor do céu cimentou,
de modo sinistro.
Estatelou-se na folha,
onde vestira, a toa,
versões ultrapassadas de si.
Desligando o pensar,
entregando-me ao riso.
Caindo pelo ar,
sem deixar indícios.
Caindo, feito uma bolha,
formará logo uma poça,
acabando com o ir e vir,
retornando ao início.
Encharcada toda a praça,
com seu sentido a renovar.
Finalmente fez-se graça,
sem ser necessário irmos
[ao bar.
Agora um corte ríspido,
enquanto a situação está boa,
para tudo não vir a desandar.