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-⌂ Albergue Sépia ⌂-
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A inexistência de Heitor Costa em poemas.

Som Falso

No ar há um ato
Intocável:
Imaculado;
Dito; falado

Som estável,
Onda contínua.
Cerca dobrável,
Língua esguia.

Imagem mantida
Através de boatos,
Dissolve-se:
É falso retrato.

Não condiz,
É, não é;
Errôneo inferir,
Por pura fé.

A especialista,
O letrado.
Vis, realistas:
Sem outro lado.

Ambos curvados,
Como a verdade.
Demasiado ocupados,
Toda a tarde.

Parados, ganindo.
“Viu ele lá?”
“Sim, e ela cá?”
Falando, rindo.

A rua não dobra
Mas termina.
O dia finda
E língua sobra.

Especularam um novo dia.